domingo, 17 de maio de 2009

NUVENS- TIM MAIA

Minha predileção e amor pela música de Tim Maia é algo que me acompanha desde a adolescência, desde que uma das minhas avós comprou o disco Tim Maia, de 1980, aquele que tem a versão original de "Eu e Você, Você e Eu (Juntinhos)".

Na época, com 10 anos, não entendi muito bem aquele som que alguns anos depois, por volta dos 13, me faria completamente a cabeça.

Fui a vários shows de Tim e, por sorte minha, ele também. A maioria deles, memoráveis. Lembro-me de um no antigo Palace, em Moema (SP), em 1986. Banda afiadíssima, firme. Tim cantando tudo, muito.

Sua morte me entristeceu muito. No dia da notícia estava em estúdio gravando a faixa Tocaia, do meu CD Meu Bem. Dediquei a musica a ele.

Não tenho luxos. Alguns vícios. A coisa que mais gosto, em termos materiais é música. Colecionava LPs, depois CDs, DVDs. Quando gosto de algum artista de modo especial, quero ter todo o material disponível.

Ter a discografia completa de Tim Maia não é tarefa fácil.

Sua relação com as gravadoras sempre foi turbulenta. Qualquer oportunidade deve ser aproveitada. Desta forma, sempre atento a relançamentos e pesquisando sua vasta obra consegui ter todos, exceto por dois (até então): Nuvens, de 1982 e Dance Bem, de 1990.

Pois é, encontrei o Nuvens. Disco maravilhoso de 1982, absolutamente independente e desconhecido.

Muito poderia ser escrito sobre este disco, mas certamente quem gosta de Tim, já leu a biografia "Vale Tudo", escrita por Nelson Motta. Este livro é extraordinário e conta (quase) tudo sobre o modo Maia de viver.

Vou transcrever uma frase de Tim- está no livro- que tenho como perfeita para definir o que significa o trabalho musical feito de maneira independente:

"É como quando você está com aquele tesãozinho e pensa em chamar uma puta, mas não quer gastar dinheiro. Você não chama a puta, toca uma punhetinha, goza e não paga nada-mas também não come ninguém. A produção independente é mais ou menos isso."

Ele sabia de tudo.

Este disco, Nuvens, não possui (pelo menos por enquanto) master. A versão em CD foi masterizada a partir de um vinil da Vitória Régia Discos e desapareceu logo após a primeira prensagem. Foi o único dos relançamentos que não comprei na época e me arrependi. Só tinha encontrado na net em taxas lamentáveis para a audição.

Eis que andando pelo centrão de SP, atrás de CDs de bregas clássicos, deparei-me com esta versão em uma loja em frente as Grandes Galerias. Sim, é uma cópia do CD, mas feita a partir do CD original, o que garante a melhor qualidade possível de som.

Para quem quiser ter este disco em mp3, deixarei, por tempo limitado, um link extraído do CD em 192 kbps.

O outro, Dance Bem, só saiu em vinil, mas este ainda não encontrei, em boa qualidade, para baixar (e nem o vinil). Não me incomoda tanto não tê-lo, pois não tem a mesma qualidade musical e sonora de Nuvens e a maioria das músicas são versões eletrônicas de clássicos que não foram superados nesta edição. Porém, se alguém se habilitar em me fornecer em 192 kbps, eu agradeço muito.







sábado, 16 de maio de 2009

DE VOLTA AO PALCO...


Palcos não são estranhos para mim. Mas o palco do Sesc Pompéia é especial.

Lá já estive com Jorge Ben Jor, dando umas guitarradas com ele e sua poderosa banda. Naquele período era ir ao show de Jorge e ele me chamava para "tocar alguma coisa junto".

Outra época...

Agora retorno com Silvana Stiévano no primeiro show de lançamento oficial do álbum "Bacharach Jobim".

Repertório de primeiríssima. Estética super limpa. Violões...

Diferente do que costumo fazer, mas deu certo. Driblei um pouco o som sem graça dos violões eletrificados colocando um AKG 414 na boca do violão. Para a linha (direto pra mesa), um sinal passando pelo Mesa Boogie V-Twin e pelo Echo Park. Mais nada...

A gente perde um pouco o ritmo quando fica muito tempo sem tocar ao vivo. Mas o show foi muito bom e deve crescer muito ainda, se mantiver uma frequencia.

A voz de Silvana é suave. Tocar com PA e monitor é outra história. O som acontece.

Agradeço muito a ela por ter me convidado para participar deste belo trabalho e espero que tenhamos mais uns 50 shows só neste ano, se o justo Deus assim desejar...

Clóvis, Clara e Sandra, os músicos que estiveram conosco esta noite, foram ótimos. Aos amigos presentes, um grande abraço. Ao pessoal do Sesc Pompéia, nota dez !

Um papo rápido com Cristiano Pinho, excelente guitarrista da banda de Raimundo Fagner que conheci no Ceará, mas mora na Vila Madalena e lança, em breve, disco solo.

Guga, Mauro e famílias. Cumprimentos e vamo simbora.

Noite fria na cordilheira da Paulista, ao retornar para casa.

"O relógio do Itaú me diz que eu estou a cinco graus de ser feliz...", lembro do maravilhoso Dick Farney e chego no lar doce lar. A esposa e o bebê dormindo.

Um lanche, um café, um livro (biografia do Tim pela segunda vez), um pouco de som no I-pod para abaixar a adrenalina e...até amanhã.

Tocar é bom...