quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ROCK ´N´ ROLL

Não ganho nada para falar de música. Raramente ganhei LP, K7, CD ou DVD de gravadora e, há muito tempo, nem é a música que me sustenta, se é que um dia isso aconteceu.



Detesto produto pirata; pela qualidade repugnante e pelo que está por trás da “indústria” mas sou fã do download. Muito do que “baixo” compro e quase tudo o que ouço, dos últimos quinze anos para cá, e que é vendido como “novo”, “genial”, “uma puta atitude” ou “o novo fulano de...” me irrita, me entristece e me faz concluir : como é bom ser velho !!!



Com meus 39 anos de idade, estive com minha esposa Regina, e meus queridos amigos Vitor e Fabiana no show do Erasmo Carlos, em São Paulo.



E olha que hoje em dia, devido ao excelente trabalho da gravadora Coqueiro Verde e do filho de Erasmo, Léo, que tem cuidado da sua carreira, o Tremendão está na moda. Qualquer babaca que quer mostrar “atitude” ou “profundidade” tem como cartilha básica citar Erasmo. Óbvio que Erasmo precisa mesmo ser citado sempre e não por um modismo passageiro que logo traz outro gênio relâmpago a ser laureado.



Alegra-me conhecer (e ter) todos os seus CDs, pois reconheço ali tanto material maravilhoso que pode sempre ser garimpado para um trabalho ou outro que eu venha a realizar com meus amigos. Alegra-me acompanhar seus discos novos, especialmente os três últimos: Pra Falar de Amor, Santa Música e Rock ´n´ Roll e constatar que as grandes novidades nem sempre vem acompanhadas de enormes campanhas publicitárias, discursos modernosos arrojados e caras de bunda falsificadas e desbotadas de cada temporada.



O show foi um arraso: Aos 68 anos, o Tremendão mostra que se existe um rock brasileiro, ele se deve á força, criatividade, energia e simplicidade do seu trabalho honesto, inspirado e bem-humorado. Muito menos comprometido com o sistema do que o parceiro Roberto, Erasmo é um cara que se permite ser livre, experimentar, colocar três excelentes guitarristas num palco e tirar um puta som. Divertir o público, se divertir e tocar muita música boa.



Seis delas estão no novo CD, Rock ´n´ Roll. No mais, sucessos escolhidos nos seus 50 anos de carreira e uma versão psicodélica-pesada de Quero Que Vá Tudo Pro Inferno, tema que Erasmo, com sua fama de mau não poderia deixar esquecido pelo bom Roberto.



Adoro estes Carlos e tudo o que eles fazem na história da música brasileira. No complemento de suas personalidades, aparentemente tão opostas reside o segredo que envolve centenas de canções que jamais deixarão de ser tocadas ou lembradas...por todos os séculos...amém...



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