quinta-feira, 8 de novembro de 2007

HEAVEN/WHERE TRUE LOVE GOES - I




No momento em que você passou pela minha porta
Eu soube que eu não preciso mais olhar
Eu vi muitas outras almas antes
- ah, mas o Céu deve ter te programado
No momento em que você caiu dentro dos meus sonhos
Eu percebi tudo que eu não tinha visto
Eu vi muitas outras almas antes
- ah, mas o Céu deve ter te programado
Oh, você irá? Você irá? Você irá?
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
E se você caminhar e se você perder seu caminho
Não se esqueça de quem te deu isso hoje
Siga o verdadeiro amor, siga o verdadeiro amor
Siga o verdadeiro amor, siga o verdadeiro amor
E se uma tempestade deve vir e se você encarar uma onda
Essa pode ser a sua chance de estar seguro
E se você passar pelo problema e pela dor
Essa pode ser a hora para você saber o nome dele
No momento em que você passou pela minha porta
Eu soube que eu não preciso mais olhar
Eu vi muitas outras almas antes
- ah, maso Céu deve ter te programado
No momento em que você caiu dentro dos meus sonhos
Eu percebi tudo que eu não tinha visto
Eu vi muitas outras almas antes
- ah, mas o Céu deve ter te programado
No momento em que você disse "eu irei"
Eu soube que esse amor era real
E que minha fé foi vista - oh
O Céu deve ter te programado
No momento em que eu olhei dentro dos seus olhos
Eu soube que eles não diziam mentiras
Não haveria despedidas - Ah
Porque o Céu deve ter te programado
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai
Eu vou onde o verdadeiro amor vai







Letra Original em Inglês



The moment you walked inside my door
I knew that I need not look no more,
I've seen many other souls before
- ah but, Heaven must've programmed you The moment you fell inside my dreams
I realized all I had not seen,
I've seen many other souls before
- ah but, Heaven must've programmed you. Oh will you? Will you? Will you?
I go where True Love goes, I go where True Love goes
I go where True Love goes, I go where True Love goes
And if you walk along and if you lose your way,
Don't forget the one who gave you this today
Follow True Love, follow True Love,
Follow True Love, follow True Love Oh will you? Will you? Will you?
I go where True Love goes, I go where True Love goes
I go where True Love goes, I go where True Love goes
And if a storm should come and if you face away,
That may be the chance for you to be safe
And if you make it through the trouble and the pain,
That may be the time for you to know His name
The moment you walked inside my door
I knew that I need not look no more,
I've seen many other souls before
- ah but, Heaven must've programmed you The moment you fell inside my dreams
I realized all I had not seen,
I've seen many other souls before
- ah but, Heaven must've programmed you.
The moment you said "I will"
I knew that this love was real,
And that my faith was seen
- oh Heaven must've programmed you
The moment I looked into your eyes
I knew that they told no lies,
There would be no good byes
- Ah 'cause Heaven must've programmed you
I go where True Love goes, I go where True Love goes
I go where True Love goes, I go where True Love goes

http://www.badongo.com/file/5048291 - link para download

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O SAMBA REFINADO DE PAULINHO


O samba é o nosso rock and roll: não morre jamais !

E olha que já tentaram de tudo para assassiná-lo. Ele já foi sambão, sambinha, samba-jóia, partido-alto e já descambou para o “samba-nojo”, o “pagodinho de butique”, enfim, distante de todos os modismos e deselegâncias praticadas contra o samba, ele, sempre ele, soberano há mais de quarenta anos, se mantém no topo da composição e da execução do verdadeiro samba brasileiro: Paulinho da Viola.

Avesso às vicissitudes das celebridades e dos heróis de quinze minutos, Paulinho vive uma vida familiar, reclusa, entretido com a carpintaria; de móveis e de canções irrepreensíveis.
Sua obra não tem “baixos”, seus discos não são “contratuais” apenas, sua exposição é controlada. Na verdade, Paulinho é um compositor profissional, sim, mas com todo o frescor e graça que um amador possui.

Sua criação não é banal, não é descartável, não é imediatista e não é babaca como quase todo o entretenimento de massa. Ele não é da “massa”, mas difícil encontrar alguém que, no mínimo, não respeite muito sua obra.

Paulinho da Viola jamais se deitou na fama, jamais jogou com o nome, exceto na sinuca, onde dizem ser fera. Não grava nada se não tem algo a dizer, não tem opiniões polêmicas, não vem encher a nossa paciência com modismos e estratégias de marketing de última hora, enfim, é um artista elegante, fino, como suas melodias e harmonias.
Seu samba é quase cool, é quase triste, e é lírico.

Esta há anos-luz dos seus 64 anos e da concorrência, dentro do seu estilo-o samba tradicional-, mas passeia também por canções delicadas e profundas, como Sinal Fechado, Retiro, Coisas do Mundo Minha Nega com absoluta maestria.

O oportuno lançamento deste MTV Acústico (mas ele não foi sempre acústico ?) realça toda a qualidade da sua música em novas versões e traz quatro composições inéditas. Temos a espetacular Para Um Amor No Recife, a filosófica Pecado Capital, Timoneiro, Coração Leviano, Nervos de Aço...

A música de Paulinho é bem pouco conhecida ainda, em comparação aos quase débeis grupinhos de pagode jovem e ao mega-star do samba, o inócuo, insípido, inodoro e etílico Zeca Pagodinho, mas antes tarde do que nunca. A MTV assassinou uma geração inteira de jovens, mas também dá suas “bolas dentro”, têm produzido bons acústicos e feito esses CDs/DVDs serem bem vendidos, o que não deixa de ser uma grande alegria cultural para nosso país.

Se você não conhece a obra de Paulinho da Viola, não se conforme com isso. Pode começar com esse acústico. Com toda certeza vai ser somente um aperitivo ! Até porque, fechando com uma frase sua : "As coisas estão no mundo/Mas eu preciso aprender."

Segue um link para que se conheça o disco, mas não deixe de comprar depois, especialmente o DVD com sete músicas a mais.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

AS MÚSICAS DO SEU CORAÇÃO...

Vertical & The Frogs, março de 2007.


Capa do CD Santa Música, de Erasmo Carlos, de 2003. Um dos seus melhores e quase ignorado pela indústria brasileira do entretenimento.

A música é sagrada.

Digo isso de maneira enfática e embasada nas mais espiritualizadas linhas da história da Humanidade.

Além de tudo o que ela pode fazer de transformações sociais e de costumes pela vida das diferentes gerações de pessoas entre séculos vividos, a música já foi receita para “acalmar” o rei Saul, que ao se sentir angustiado e atormentado mandava chamar o jovem Davi para tocar harpa para ele. Era a única solução para as crises demoníacas do conturbado rei.

Não cansamos de encontrar nos salmos, referências aos músicos, aos instrumentos e ao poder especial deste “novo cântico” oferecido a Deus como gratidão, como honra e como alegria. Os que mais gosto: 40, inclusive nome de uma música do U2, e o 33 que diz, de maneira quase didática: “...Louvai ao Senhor com harpa, cantai a ele com o saltério e um instrumento de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo...”

Podemos afirmar que não está determinado para fazermos “de qualquer jeito” ou com “qualquer intenção”. Também não venha me classificar como religioso por isso, pois a música transcende qualquer visão religiosa. A música é uma expressão interna profunda presente no nosso dia-a-dia, mais do que um ritual ou um culto, seja ele umbandista (os tambores), budista (os mantras), rasta (o reggae), evangélico (os “pastiches” enfado/musicais) ou católicos (a eterna ladainha tristonha), ela é expressão, é união, é alívio, é alegria, é vida, é movimento. A música, assim como Deus, é !

Quais músicas estão no seu baú afetivo ? Quantas delas estão presentes na sua história de vida ? E por que, então, o simples ato de se fazer música, boa, com qualidade e com sinceridade (ou júbilo ?) não é o que determina a longevidade das carreiras e dos espaços para exposição das obras, por um todo, com igualdade, com democracia ? As concessões de rádio e TV não são públicas ? As pessoas são idiotas, por isso, a maioria da população não conhece Edu Lobo, Sérgio Ricardo, Marcos Valle, Baden Powell ? - Hum, essas questões estão ficando muito complexas... –

Há alguns dias, um amigo me disse a respeito das músicas que faço: “Seu som parece daquela época em que “neguinho” fazia música pela música e não pensando em emplacar primeiro no mercado ou fazer sucesso fácil.”

Me senti muito bem, pois ele captou a essência, mas me senti um fóssil também , pois possivelmente por essa ótica de quem conhece o meio da música, as canções e as mensagens que procuro colocar nas músicas ficarão restritas a um grupo de amigos que busquem por algo novo.

Não me dei, ainda, por vencido, pois acredito na transcendência das coisas e nos “milagres”; apesar da (in)cultura brasileira e das regras, vamos dizer aqui, nebulosas do mercado musical, ainda dá para conhecer a música de parte dos compositores citados ali em cima e, por que não, as novidades quentes de uma geração que não faça da atitude, da “contemporaneidade” e da honestidade meras bandeiras de marketing.

Para ouvidos interessados, duas canções, uma da safra inédita Aden Santos & Daniel Lanchinho- Músicas do Seu Coração -, uma homenagem aos tempos que se “fazia música pela música” e a outra da safra premiadíssima Erasmo Carlos, aqui sem o Roberto – Santa Música – que talvez expresse um pouco o que significa a música para a vida de muitas pessoas, incluso eu nesta lista de pessoas.

Selecionar o que entra no nossos ouvidos (e olhos) é algo a que nós temos direito e obrigação fazer. Não vamos mais deixar que façam isso por nós, com o risco de ficarmos com as nossos cérebros e existências danificadas por entulho esgoto/cultural.

http://www.badongo.com/file/4194186 - Músicas do Seu Coração

http://www.badongo.com/file/4194214 - Santa Música




Aden Santos


segunda-feira, 20 de agosto de 2007

" É PRECISO "SALVAR" DEUS DAS RELIGIÕES..."

Com respeito a tudo tem sido feito pelas igrejas e religiões visando trazer o Homem para mais perto de Deus, muitas idéias interessantes têm vindo de setores variados de experiência humana.

Mais do que defender pontos de vistas e “doutrinas”, algo certamente fadado ao separatismo, exclusão ou limitações, surgem, cada vez mais, pensamentos que visam diferenciar Deus das religiões, e não retratar, exclusivamente, “o” deus de cada religião.

A experiência com Deus não está restrita a este ou aquele lugar, pois não há lugar onde Deus não “esteja”, não há nada “fora” da idéia de Deus. Deus é tudo, e este “tudo” não isola somente as boas aventuras. Tudo o que existe é manifestação de Deus; e necessário é transcender a limitada compreensão humana do “deus bonzinho” ou do “deus castigador”.

Acrescento a este argumento o fato de Jesus jamais ter tratado sobre religião nas suas mensagens a todos nós. Sua proposta é muito maior do que a observação de meros rituais e procedimentos de calendário. A palavra deixada pelo Cristo é para cada um, individualmente, fazer sua viagem de transcendência, sem necessidade de intermediação, “apenas” : ...tendo os olhos direcionados em Jesus, autor e consumador da nossa fé...(Heb 12:2).

A teologia nos trouxe à compreensão boa parte das propostas das Escrituras, mas não todas, pois uma parte é resultado de uma busca profunda e da pura experiência com Deus. Há coisas que pouco se explicam, pois foram destinadas a serem vivenciadas, sem teorias, sem dogmas, sem regras e sem hierarquias. Por este aspecto é preciso “salvar” Deus das religiões, por menos sentido que isto, de fato, faça.

Recorrendo mais uma vez à arte como expressão espiritual, deixo uma sugestão muito bacana: o álbum duplo Theology, da cantora irlandesa Sinéad O' Connor.

Sinéad se diz católica mas muito interessada no conhecimento de outras religiões, especialmente o Rastafarianismo, Hinduísmo e o Judaísmo, mas acima de tudo isso, afirma ser mais uma “pessoa que ama a Deus” do que uma pessoa que ama alguma religião, pois acredita que Deus e religião são duas coisas distintas.
Este amor a Deus a fez, em 1992, no programa Saturday Night Live, da TV Americana, lançar fora uma foto do Papa João Paulo II, em protesto aos escândalos de pedofilia encobertos pela Igreja Católica, fato que lhe causou vaias e perseguições, além de um afastamento voluntário de uma carreira comercialmente muito promissora na época.

Lançou em 2005, o álbum Throw Down Your Arms, todo voltado para o reggae e o Rastafarianismo, os quais tratarei em outro post. Este novo, Theology, fala especialmente sobre o Velho Testamento, com temas como: “Jeremiah”, “Isaiah (If You Had a Vineyard)”, “Psalm 33” e “Psalm 137 (Rivers Of Babylon)”, música que tocamos no último show de reggae do Vertical & The Frogs, na Thélos ACC.

Com o auxílio luxuoso dos links que o amigo Lanche enviou, ofereço a quem quiser buscar mais informações na fonte, uma entrevista com a cantora e o disco todo para download, garantindo que se trata de música de primeiríssima qualidade, não uma música religiosa, mas uma música para Deus.

Entrevista : http://www.beliefnet.com/story/220/story_22049.html

Disco : http://www.opus666.com/sinead-oconnor-theology/

Para concluir, envio também uma música inédita da safra Aden Santos & Daniel Lanchinho :
O Q Chamamos Deus

http://www.badongo.com/file/4101303

Saudações musicais a todos !

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

MEMÓRIAS DA ESTRADA #1

Caravana Rolidei, trupe do filme Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues.


Estradas têm sido um capítulo especial na minha vida, teriam de ser páginas e mais páginas de histórias e impressões vividas em muitos anos seguidos de movimentos pelos caminhos do nosso Brasil imenso.

Durante o último fim-de-semana, a viagem até Aracruz-ES, da turnê 2007 de Wanessa Camargo, foi muito rica para reflexões e pensamentos típicos da estrada, afinal em quinze horas para ir e mais quinze para voltar a gente vive muita coisa, imagina muita coisa, lembra muita coisa; nosso baú afetivo fica revirado e ela, sempre ela, a música, não deixa de marcar sua presença absolutamente necessária (viva o Koss Porta-Pró que o Lanche me deu !)

Tenho vivido uma proximidade com Deus muito verdadeira e agradável nestes momentos, pois nas viagens estamos expostos: lidamos com situações novas, imprevistos, emoções, alegrias e tristezas. Consigo “sentir” Deus nas paisagens, nas estrelas todas mortas que brilham vivas e contemporâneas ao nosso olhar, até mesmo naqueles momentos do trabalho em que a gente pensa : “huuum, vai dar merda...”, sempre alguma força reparadora e restauradora surge materializada da oração constante para que tudo corra bem.

Tenho estado muito mais próximo a esta conexão direta com a Divindade, com o Infinito, com a Realidade do que em todos os momentos de, teoricamente, maior foco espiritual, onde os atos parecem ser rituais repetitivos de insegurança e de alívio, esvaziados desse componente que a estrada traz para a nossa vida: o momento real, o instante único, o contato com o “próximo”, que as vezes só veremos – e nos verá – naquele evento, naquele dia.

É possível ver o “trabalho de Deus” na natureza, nos animais, nas mudanças climáticas, nas reações incontidas dos fãs e dos brasileiros de cada lugar, distintos mas muito semelhantes nas suas práticas, atitudes, feiras agropecuárias, rodeios, praças públicas, vontade de agradar e de serem pedantes, mas sempre apaixonados ! -...nas vans e nos hotéis...- pedaços de brasil que formam uma nação, nitidamente em formação, mas muito arraigada em conceitos equivocados que jamais terão solução, enfim : Brasil, chão, pó e poeira !

Divagando pelas paisagens que passam velozes ao nosso olhar, pensei nas maravilhosas canções da estrada, músicas que remetem a todos esses sentimentos escritos aqui, histórias particulares de cada um, potencializadas pela observação das grandes fazendas, planícies, postos, restaurantes, caminhões, paixões, cabarés, acidentes e mais do que tudo; a proximidade com Deus.

Não dá para fugir do Gênesis 1 e 2. Não dá para não pensar na nossa parte no processo maravilhoso denominado Vida.

A “estrada” desgasta, ainda mais para um caseiro quase recluso como eu, nos afasta da intimidade do lar, nos prende a horários e situações variáveis, mas enriquece demais a nossa biografia e nos faz sentir e imaginar muita “vida pra viver”; além de trazer o ganha-pão, de certa forma nos faz exercitar “o pão nosso de cada dia”, de Mateus 6:9-13, a melhor oração que o Cristo nos deixou e o “basta a cada dia o seu mal”, de Mateus 6:34.

De tudo isso, resolvi fazer o primeiro volume das “top 10 canções da estrada”, parafraseando o glorioso filme “High-Fidelity”.

As “road songs” ocupam um lugar tão intenso nas minhas preferências que me atrevi a escrever uma em 2004, “Pela Estrada (Carga Pesada)” também em homenagem ao meu seriado de TV preferido, a qual insiro humildemente nesta relação, gravada com os amigos “de estrada” Lanchinho, Marcel e Douglas, este num devastador solo de guitarra.

À estrada e a todos os caminhos que levam a Deus ! Cheers

As Top 10 em uma linha

1. Canteiros – O gosto de framboesa que vem do mato. Música que me inspirou este post.
2. Pela Estrada (Carga Pesada)- minha primeira “road song” explícita.
3. Caminhoneiro – a voz do Rei ainda ecoa pelos cantos do país. “Eu seeeeeeeeeeiii...”
4. Bye Bye Brasil- melhor filme brasileiro, melhor retrato do Brasil contemporâneo.
5. A Vida do Viajante- 50 anos de chão, Luiz Gonzaga, o maior artista pop brasileiro.
6. Not Dark Yet- Bob Dylan, na estrada quase 365 dias por ano, até hoje.
7. Waiting On a Sunny Day- Bruce Springsteen, the Boss, esperando um dia de sol...
8. A Estrada- “…meu caminho só meu Pai pode mudar”…”
9. The Weight- na estrada o mundo e as épocas se interligam...
10. Clube da Esquina 2- “...de tudo se faz canção...”

Aden Santos

P.S. – Este post retrata possibilidades observáveis em viagens terrestres. Viagens aéreas para mim são apenas obrigações funcionais, jamais refletem opção, prazer, poesia e muito menos segurança e possibilidade para se pensar em outra coisa senão sair logo dali, com vida preferencialmente.


sexta-feira, 27 de julho de 2007

Há Tempos


Nunca fui fã da Legião Urbana, exceto por algumas boas canções do primeiro e segundo álbum ( na época eu era um adolescente de 14 ou 15 anos louco por MPB ) , poucas vezes dediquei muito tempo na audição. Talvez pela limitação de seus músicos ou por nem todos os temas tratados me cativarem; fatos estes que não tiram o valor de algumas letras de Renato Russo.

With a little help from my wife, Regina, que fez um link muito interessante entre 2 Tim:1-7 e uma antiga canção de Renato decidi deixar este recado aqui :

2 Tim:1-7
"TU, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.
Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente.
O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.
Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo."

Há Tempos

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro.
Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.
Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
Ela disse: Lá em casa tem um poço mas a água é muito limpa.

Pouco quero dizer. A luta existe e é necessária. Comportamentos repetidos e falta de amor não nos levam a Deus.
Muitos de nós sabemos o que fazer mas nem sempre sabemos como fazer, Renato parece ter sido um exemplo disso, pois sua imensa qualidade como ser humano e artista não foi suficiente para lhe livrar das dores e angústias.
Deixo essa reflexão sobre nosso país, sobre nossa vida diária e a canção da Legião para quem quiser baixar.


http://rapidshare.com/files/45298512/H__Tempos.mp3.html

Aden Santos

sexta-feira, 20 de julho de 2007

EXISTE OU NÃO ?


A existência ou não de Deus tem sido uma constante fonte de discussão entre os homens.


Por um lado a ciência tradicional, tentando a todo custo, explicar todas as causas e efeitos possíveis mas já abrindo espaço para o ponto “inicial” da equação, o menor tempo possível no Universo, a tal constante de Planck.


De outro lado a religião, tentando empurrar goela abaixo, presa a volores tendenciosos e infantilizados, um conceito personalizado e limitado do que poderia ser Deus.


Mas afinal, Deus existe ? Alguém já O viu passando por algum lugar, já trocou uma idéia com Ele. Pronomes pessoais seriam corretos para relacionarmo-nos com “Tal” ?
Se pensarmos no Universo como algo Infinito, talvez possamos deslocar a “figura” de Deus para algo que se faz perceber através daquilo que manifestou. Não dá para pensar em Deus como nós, no sentido pessoal, pois a nossa percepção é limitada; cabe na dimensão de um ser humano.


A chave para iniciarmos a compreensão do que vem a ser Deus, palavra surgida, se não me engano, a partir do século III, para nomenclaturar um conjunto de atributos, pode ser encontrada num trecho das Escrituras, quando Moisés, recebendo instruções Dele, através de uma sarça ardente, pergunta como ele (Moisés) deveria anunciar ao povo quem o havia mandado.


E disse Deus a Moisés : “ ...Eu sou o que sou. Disse mais: Assim dirá aos filhos de Israel. EU SOU me enviou a vós...” (Ex 3:14)


Talvez pensar em Deus como algo vivo, eternamente “sendo”, causa “incausada”, algo que “é”, possa ser mais inspirador do que procurar saber se existe ou não, dentro daquilo que compreendemos como existência.


Parece difícil, mas não é; basta olharmos o céu, os mares, os animais, as plantas, os passarinhos, as grandes tragédias...


Tudo parece atrelado a um imenso plano inicial, meios para a realização de um impensável projeto que visa encontrar a razão para a existência, essa sim, do ser humano.


Não há como responder, apenas cientificamente a algumas questões : quem ou o quê estabeleceu os limites da Terra, quem ou o quê expandiu e limitou os mares ? quem ou o quê acendeu as estrelas ? quem ou o quê seria capaz de criar água para resolver o problema da escassez de água potável no planeta ? – aqui cabe uma leitura do livro de Jó, especialmente o capítulo 38, para os que não tem medo ou preconceito de vasculhar neste livro tão completo que é a Bíblia -


Não quero aqui responder nada, apenas expressar um pouco dessa dimensão inalcançável do que vem ou não a ser Deus e apresentar uma canção inédita que escrevi, com preciosas pitadas do meu parceiro Daniel, tratando desses conceitos todos envolvendo a Divindade.


A canção pode ser baixada e ouvida no seu computador, seguindo o link abaixo :

http://rapidshare.com/files/44025749/13._Deus_N_Existe.mp3.html

terça-feira, 10 de julho de 2007




CRISTO-MARAVILHA...

“...nós gostamos de você...”.
Agora o Cristo é uma maravilha, sim, uma das sete maravilhas contemporâneas. Deus me livre de saber o lobby e o que está por trás dessa “negociação”, só sei que muito patrocínio e muitos torpedos SMS movimentaram cifras no mundo inteiro. Sabe-se lá para onde vai o dinheiro arrecadado...
De fato trata-se de bela arquitetuta e engenharia, imponente monumento, mas em tempos que o Vaticano declara ser a “Católica a única igreja de Cristo”, cabe a reflexão : agora todos querem ser o “pai” do Cristo.
Estou varrendo as Escrituras tentando encontrar onde o próprio Cristo, outrora assassinado pelos próprios conterrâneos, declara : “a minha igreja é a católica”, ou “sejais católicos” ou “em verdade vos digo: sejais evangélicos”.
Pelo que consta nos textos, encontro o mandamento : “ Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, como Eu vos amei. “, também existe uma interessante passagem que diz : “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mateus 8:20) devastadoramente completado pelo conselho final ao jovem rico : “ Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres...” ( Mateus 19:21 ).
Isso nos faz observar o quanto as “autoridades espirituais” estão distantes do que nos ensinou o Cristo.
Ele não nos ensinou a termos hierarquia, não nos ensinou a viver em luxo nababesco enquanto a fome avassala a humanidade, não nos ensinou a entrar em outros países com dinheiro não-declarado, não nos pediu para vivermos enclausurados em celibato hipócrita para tornarmo-nos aberrações sexuais, enfim, não nos pediu sacrifícios e nem que fôssemos filiados a nenhuma religião ou “sindicato”; ao contrário, nos deixou uma carta perfeita de Ética – o Sermão da Montanha , em Mateus 5 – sumariamente ignorado pelos religiosos e esquecido pela “evolução e progresso” dos seres humanos. Ninguém precisa ser expert, apenas saber ler, e a leitura das Escrituras Sagradas, outrora proibida pela própria Igreja Católica é questão de curiosidade individual de cada um.
Mas isso tudo está previsto desde o início, pois Deus nunca falhou e comprova isso na passagem de Mateus 15:8-10 :

“ Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens. “

Como podemos ver, o Cristo transcendeu a religião e mais do que isso, não fundou nenhuma. Já estaria mais do que na hora de largarmos o jardim da infância e procurarmos fazer a nossa parte, coisa que nenhum padre, nenhum pastor, nenhum babalorixá, nenhum rabino poderá fazer por nós.
Parafraseando Ghandi : “ ...o Cristo sim, o cristianismo, jamais...”

Aden Santos

sexta-feira, 6 de julho de 2007

AMOR DEVOÇÃO REDENÇÃO



Em tempos de desconstrução da indústria musical no mundo e do pleno trafegar de “celebridades” pelo nosso cardápio principal de opções, fica meio “retrô” falar sobre a música como uma ligação espiritual legítima do ser humano, mas é exatamente por aí que começo a escrever neste blog.
Desejando não ser prolixo ou enfadonho vou direto aos pontos.

Antes de ser uma realidade possível de ser ouvida, compreendida e apreciada pelas pessoas a música teve sua origem em um momento único, em alguma experiência vivida por aquele que a criou; e o músico (ou o compositor) busca a sua vida inteira encontrar o melhor canal de comunicação com a Fonte dessa inspiração.
Observações, impressões, casos de amor ou ódio, insatisfações, angústia, melancolia, alegria...
Incontáveis sentimentos que se convertem em ritmos, acordes, notas, modos e frases; musicais, literárias ou músico-literárias; pinturas do universo particular daquele que traz as informações do nada (ou do Tudo ?) para a nossa compreensão auditiva.

Então, a música é inicialmente espiritual, uma comprovação imediata de que o Homem não necessita de “religação” -o conceito subliminarmente embutido em religião - pois está constantemente ligado a Deus, ao Universo, à Fonte produtora de todo o movimento denominado Vida.
Quando a primeira intenção é “homenagear” essa conexão primária e essencial da criação, a música se torna uma devoção – o que pode limitadamente ser chamado de louvor – e uma redenção, onde o músico “se rende” a uma força superior maior que ele, exaltando-a, “libertando-se” de seus cativeiros físicos e espirituais .
Uma nova relação de amor se estabelece. Sem medidas, sem limites : ”...o amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece...não busca os seus interesses...”. Essas explanações sobre o amor, que podem ser lidas na carta de Paulo aos Coríntios (I Cor 13), já inspiraram centenas de artistas no mundo, dentre eles Renato Russo, e certamente será fonte de muitos que procuram entender profundamente do que trata esse sentimento tão falado, chafurdado e explorado mas muito pouco vivido e experimentado pelo ser humano.

Fecho com duas indicações maravilhosas que têm as características do assunto aqui escrito:

Love Devotion Surrender, dos guitarristas Carlos Santana e John McLaughlin, por sua vez inspirado na obra-prima A Love Supreme, de John Coltrane, feito em honra a uma experiência espiritual, com Deus, de um dos maiores músicos da história.
São discos que levam a experiência da música, da meditação e da espiritualidade a parâmetros poucas vezes explorados.
Que a grande Inspiração do Universo seja o mapa para uma jornada nova, que pode levar a um novo estado de consciência, mais próximo de Deus e mais distante do noticiário da televisão e das contas por vencer.
Aden Santos