terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MELODIA UNIVERSAL #2

Droga: uma questão de legislação, educação, polícia, saúde ou ética ??? Todas as coisas são lícitas, mas todas convém ???


A segunda edição do Melodia Universal entrou na net um pouco antes do meu planejamento, mas é bom, pois as ideias vão e vem...

Neste programa, eu começo com um clássico subestimado- O Mal é o Que Sai da Boca do Homem- música de Baby Consuelo, Pepeu Gomes & Galvão, concorrente no Festival MPB de 1980. Longe de ser uma apologia babaca e inoportuna às drogas, que ajudou a fazer fama e enriquecer alguns grupelhos nos anos 1990, está música fala sobre responsabilidades e sobre aquilo que realmente contamina o homem.

Depois sigo com uma recente de Gilberto Gil, Os Pais, que fala sobre uma dicotomia curiosa: os pais temem que seus filhos caiam na infelicidade das drogas e dos abusos sexuais, mas continuam consumindo seus "petiscos" em casa e permitindo toda a invasão do lixo de entretenimento duvidoso em seus lares. Gil, espertamente e com sua habitual poesia canta com propriedade sobre o tema, sem moralismo, apenas com a realidade pela qual o assunto deve ser encarado.

Sigo com Seal, Love´s Divine, que narra em bela melodia, uma experiência espiritual. As vibrações positivas de Ziggy Marley prosseguem com True To Myself.

Uma "afirmação" que precisa ser melhor compreendida é "Deus Não Existe", do Vertical Bonanza, que mostra por um lado diferente que existir e ser são coisas um tanto distintas...

Agora que eu já dei alguns aperitivos, que tal entrar no site e conferir o que mais tem no programa ?

Para um acesso mais satisfatório, copie e cole o link abaixo:


http://www.thelos.org.br/site/programa-02.html


Um abraço a todos e até o #3 que deve estar no ar no início de 2010 !!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

HISTÓRIAS COM JORGE BEN

Box Salve Jorge !!!
1994, camarim do Olympia


Minha história com Jorge Ben começa lá pelos idos de 1977, 1978, com o disco Salve Simpatia.


Sempre adorei Jorge Ben e suas composições originalíssimas. Mesmo nas auto-repetições, plágios próprios e maneirismos. Esse “looping” criativo da sua mente faz parte da música desse carioca, nascido em 1942.


Desde que o vi armado com uma guitarra Alembic, disparando aquele ritmo animalesco, descobri do que realmente gostava na vida. Eu queria tocar “aquela guitarra”, queria conhecer “aquele cara”. Já pensou ? – Tocar com aquele cara, a convite do próprio ?.


Jorge Ben era um sonho para mim. Ia há diversos shows. O primeiro deles, por volta de 1981, no Clube Atlético Aramaçan, em Santo André. Impressionantes duas horas e meia de show. Época do disco Bem Vinda Amizade, com os clássicos “Todo Dia Era Dia de Índio” e “Santa Clara Clareou”. Eu ainda ouço os ecos daquele show na minha memória e persegui-os por todos os outros shows do Jorge em que estive.


Aeroanta, Dama Xoc (onde ganhei um boné das mãos do próprio), Palace, Sesc Pompéia...


Até que num show no vão do MASP, por volta de 1991, atirei uma fita cassete no palco com algumas gravações bem caseiras da minha primeira banda – O Vaca de Pelúcia-. Estava começando a querer entrar no “negócio” da música e tive a intuição de cometer este ato “deselegante”.


Alguns movimentos rumo aos palcos paulistanos e aos caminhos que existiam na época para um jovem se aventurar no meio musical, descobri que Jorge havia ouvido a fita, se interessado pelo conteúdo e pedido ao produtor musical Pena Schmidt – o velho Pena - que fosse atrás daquela banda.


Coincidente, havia conseguido uma data na Disco Reggae Night, do meu amigo Otávio Rodrigues, no lendário Aeroanta, em SP para me apresentar com a, então, primeira banda brasileira de dancehall – reggae com influência eletrônica -. Um outro jovem produtor, Dudu Marote, a pedido do Pena foi ouvir nossa banda e ao final do show se apresentou a nós:


- “O Jorge Ben, (que já se tornara Jorge Ben Jor), falou de vocês, vamos gravar algumas coisas ?”


Depois disso, muitas coisas legais aconteceram e me levaram para perto de Jorge, como passei a chamá-lo nas vezes que o encontrei. Foram várias; algumas bem interessantes:


Após um show no Palace, na época do estouro de W-Brasil, fui ao camarim, se não me engano com o Guga e o Neto. Éramos esperados, entre tantos convidados famosos, Jorge dispara: “- Meus amigos do Vaca de Pelúcia”. O camarim cheio de gente teve que parar para ver os meninos entrarem e cumprimentarem Jorge, aquela altura um jovem senhor de quase 50 anos.


Da outra vez, Jorge me viu na platéia e me chamou ao palco.”- Meu amigo do Vaca de Pelúcia, cadê ?”. E lá ia eu, com minha habitual desenvoltura e swing no pé, dançar o “miudinho”.


Em outras ocasiões a coisa foi mais séria. No Sesc Pompéia, Jorge me apontou sua Telecaster que estava de stand by e pediu para eu subir ao palco. Fiquei lá tocando umas três músicas finais do show. Hoje lamento não ter, àquela época, a mesma habilidade e desenvoltura com o instrumento que tenho hoje, mas era muito emocionante para mim, afinal estava lado-a-lado com meu ídolo no seu habitat natural, o palco.


O último encontro bacana ocorreu no primeiro de maio de 1992 (ou 3 ). Abrimos a apresentação de Jorge Ben Jor, um dos maiores sucessos da época, no programa Bem Brasil, no Sesc Interlagos. Ao final do show de Jorge, ele nos chama ao palco para cantarmos com ele W-Brasil. E não era só isso, no Taj Mahal pediu para que ficássemos mais um pouco. Foi uma das maiores emoções da minha vida. Segurava na mão de Jorge, com força de garoto, desejando que aquele momento fosse eterno; e de certa forma, foi. “De de de re de de de de de re de...”. A letra não era difícil, mesmo que fosse, eu conheceria de cor, como conheço quase todas as letras de Jorge.


Ele ainda iria citar-nos nominalmente como banda promissora no Programa Livre, de Sérgio Groissman, o que abriu portas para irmos tocar no programa.


Depois os ventos mudaram, sopraram para outros lugares. Reencontrei-me com ele por volta de 1994 (data da foto que ilustra este post) nos camarins do Olympia, num show beneficente ao baterista Netinho, dos Incríveis que se recuperava de um câncer de garganta.


Por razões diversas, a profecia de Jorge não se confirmou. Acabamos com O Vaca de Pelúcia e com isso pulei para fora do trem. Hoje sei que quando o trem passa a gente precisa embarcar, sem hesitar, senão outros chegam, te atropelam e pegam o lugar.


Mas tudo isso é documentado, registrado e gravado. Não é devaneio da minha cabeça, não. São histórias que sempre deixei guardadas, mas as vezes vou soltando trechinhos...


Tudo isso para falar deste lançamento aguardadíssimo para mim:


O relançamento remasterizado dos treze primeiros discos de Jorge Ben !!!

Não que eu não tivesse os originais da Série Colecionador, lançado no início dos anos noventa, mas reconheço que eram versões pobres, com sonoridade duvidosa. Muitos deles também tenho em vinil. Talvez eu venda, talvez eu doe, talvez eu guarde, não sou bom negociante, sei lá...mas agora estão todos juntos, capas originais, som atualizado e um CD duplo de raridades que acompanha a caixa.


A figura atual de Jorge Ben Jor é um tanto hermética. Ouço histórias meio bizarras e esquisitas de pessoas que trabalharam com ele, mas para mim, mesmo que a persona Jorge Ben Jor seja um tanto menos interessante do que o original Ben, guardo aqueles momentos preciosos onde ele, com muita espontaneidade e generosidade, acolheu minha música com admiração e reverência. Fez a parte dele, talvez eu não tenha feito direito a minha...


Mas eu ainda estou vivo !!!


Salve, Jorge !!!


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

MELODIA UNIVERSAL #1

Aden Santos, produtor e realizador do Melodia Universal



Entra na rede, pela primeira vez, a experiência Melodia Universal.

Na primeira edição, quase um "piloto" gravado "de primeira", todo o conceito do blog foi transmitido para o formato de um programa de rádio aos moldes do antigo AM:

O apresentador dirige, escolhe o repertório, grava, produz as vinhetas e faz a montagem final. Sem jabás...

Apesar de não ter cara de FM, o som do programa é ótimo, pois foi colocado numa boa taxa para audição, além de preservar a masterização original das músicas apresentadas, sem compressão ou equalizações, exceto quando necessário devido a má qualidade do original.

A interatividade também é possível. O Melodia Universal pode ser "baixado" para o seu computador ou mp3 player e se transformará num podcast a partir da edição #2, já gravada e que vai ao ar em quinze dias. Aliás, a periodicidade quinzenal foi adotada, por motivos práticos e também pela ausência, até agora, de anunciantes ou patrocinadores que ajudem a agilizar o tempo destinado a elaboração do trabalho. Mas podem ser bem vindos num futuro breve.

Além disso, você pode se comunicar, enviando comentários, sugestões ou ideias para o e-mail no final do post.

A edição #1 conta com as seguintes canções:

1. O Fim do Eco - Erasmo Carlos
2. Live Itself - George Harrison
3. Love Comes To Everyone - George Harrison
4. Vela Aberta - Walter Franco
5. Ele Está Pra Chegar - Roberto Carlos
6.O Homem - Roberto Carlos
7. Help Me - Elvis Presley
8. Assim Falou Santo Tomaz de Aquino - Jorge Ben
9. Heaven/Where True Love Goes - Yusuf Islam (Cat Stevens)



Para acessar, copie e cole o endereço abaixo:

www.thelos.org.br/site/melodia-universal.html


e-mail : melodiauniversal@thelos.org.br




Apesar de gostar da ideia do download de músicas e da liberdade que a internet oferece, quase a totalidade das músicas tocadas no programa faz parte do meu acervo pessoal de CDs.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

OS PARALAMAS DO SUCESSO VIERAM TOCAR NA CAPITAL

Parece que tinha sido ontem.


Há quase 20 anos não assistia Os Paralamas do Sucesso tocando ao vivo. Ainda não tinha visto após o acidente de Herbert Vianna, embora sempre tenha acompanhado, comprado todos os discos e vídeos.


A minha história como músico e pessoa sempre esteve muito ligada à banda. Quando os Paralamas estouraram fazia pouco mais de um ano que eu havia aprendido a tocar violão. De imediato me interessei pela música e pelas influências sonoras que eles traziam.


Até então, desde 1975, mais ou menos, me lembro de ter ouvido com atenção, no rádio, Roberto Carlos cantando Quero Que Vá Tudo Pro Inferno- a segunda gravação, de 1975- fiquei viciado em música e era grande fã de música brasileira.


Somente depois de conhecer meu amigo Guga, em 1979, que já tocava violão, fiquei estimulado em aprender um instrumento. Ouvindo coisas novas juntos, caímos no rock.


Era a chegada, no Brasil, desta geração de músicos jovens com outras direções musicais, idéias e sonoridades.


Vital e Sua Moto era diferente de tudo o que já havia sido feito por aqui. O reggae era quase uma esquisitice rara. Bandas de rock brasileiras sempre existiram, sem jamais ser a corrente principal do mercado, sem ter uma estrutura de shows e divulgação fortes. Exceção para a Jovem Guarda que era mais um movimento pioneiro nessa história toda.


O que veio depois de Vital é história, muito bem contada, aliás, no livro de Jamari França- Os Paralamas do Sucesso, Vamo Batê Lata, de 2003 -.


Pelas páginas do livro vou traçando paralelos da minha vida. Em certo show, em 1986, em Santo André, onde morei até os 37 anos, num certo programa de TV de 1989, no lançamento de Bora-Bora, de 1988, que procurei todas as cédulas e moedas de casa para descer até o “Mappin ABC” buscar o disco, enfim...cresci, amadureci (teoricamente), sorri, chorei, acompanhei sozinho em casa vários discos, especialmente Passo do Lui e Selvagem. Tempos depois, com meus amigos Marcello, dono da Bass Center e Ale, tive um “Paralamas Cover” que não chegou a ir para frente, mas era divertido.


Este show, de 2009 me pegou de surpresa. Gostei do último disco, Brasil Afora. Várias músicas do CD foram apresentadas. Geralmente gosto mais de acompanhar as músicas mais recentes do que assistir a um show somente de mega-sucessos.


Eles dosaram bem, o show foi finíssimo, com cenário de ótimo gosto, ótima luz e os Paralamas sempre tocando no limite, alto, forte. O 220 desencapado de outros tempos agora é intensidade concentrada.


Herbert no centro do palco, sobrevivente raçudo de um drama pessoal terrível. Parece que em alguns momentos canta melhor, mais focado e as notas da guitarra estão ainda ali, soltas, alegres, pungentes. Acordes paralâmicos.


João é o fora de série. Vê-lo ao vivo é ainda melhor que ouvi-lo em disco, pois ali o som flui muito mais. Seu breve solo de tons e octabans em O Beco, arrancou aplausos comovidos.


Bi é um bicho, um animal baixista, com digitações e levadas insanas de quem há muito se relaciona com o instrumento e o estilo.


Ao vivo é diversão, música, som e história. Espero que gravem o show desta turnê e lancem em DVD, pois estão, a caminho dos 30 anos de banda, em excelente forma !!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

OLHA A DINGUE LI BANGUI



Box Set Wilson Simonal na Odeon (1961-1971)



DVD do Documentário


Minha geração cresceu privada de informações a respeito de Wilson Simonal.


A única coisa que ouvia a seu respeito era que se tratava de um excelente cantor de enorme sucesso e que tinha sido dedo-duro na época da ditadura militar, entregando vários companheiros de profissão e caindo no ostracismo.


Não se tratava de uma suspeita, era uma sentença que os meios de comunicação e os “canhotos” de plantão aplicaram sobre um artista brasileiro, claro, sem jamais comprovar nada.


Hoje sabemos que muita gente se aproveitou da ditadura militar e continua mandando no Brasil e também não é segredo para ninguém que a “esquerda” foi um negócio lucrativo para muitos e um ótimo argumento para vários imbecis assumirem o poder e governarem de acordo com seus interesses pessoais. É o populismo, o sindicalismo pelego, o mensalão, a incompetência, as indenizações milionárias, multi-aposentadorias e a impunidade, confundidas com democracia.


Muitos morreram. Vítimas cheias de ideologia de um período nefasto que ainda traz seqüelas graves ao Brasil. Afirmo aqui que sou anti-ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda. Não simpatizo nem um pouco com militares no poder e nem com a esculhambação política que governa o Brasil mas imagino a dor das famílias que sofreram nesse período furioso e assassino da história brasileira.


Hoje parece claro que confundiram um caso policial com uma situação política. Finalmente existe um documentário sobre o cantor (Ninguém Sabe o Duro Que Eu Dei) e um livro, Nem Vem Que Não Tem- A Vida e o Veneno de Wilson Simonal, que esclarecem todos os detalhes desta história e podem “desfazer um pouquinho” da injustiça desnecessária que baniu de cena um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, numa época de séria guerra política, onde as principais vítimas não foram os protagonistas dela e sim os que, mesmo sem querer, se ligavam a um ou outro lado. Alguns pensando fazer a coisa certa e outros, cruéis, ignorantes, aproveitadores ou o que seja, defendendo seus interesses a todo custo.


O relançamento deste box com o período áureo da carreira de Simonal na Odeon coloca luz à qualidade musical de sua obra. Gravações de som muito superior ao que se produzia na época, excelentes arranjos e a genialidade vocal de um dos maiores cantores que já viveram no Brasil.


Estão aqui os discos iniciais de bossa-nova, mas uma bossa nova mais venenosa, com voz forte, divisão jazzística malandra num ritmo bem brasileiro. Conhecia pouco das gravações de Simonal mas fiquei encantado e feliz de saber que tenho mais 12 discos originais e mais um duplo de raridades para ouvir com o excelente trabalho de remasterização da obra, produzida pelos filhos Simoninha e Max de Castro.


Passando pelos tempos da pilantragem, que Simonal caracterizava como um descompromisso com a inteligência -talvez seja isso que os patrulheiros de plantão não suportaram-e chegando até 1971, tempo que amadurecia sua música com pitadas de soul music e que viu seu inferno em vida se iniciar.


O repertório nem mais precisa ser comentado: é clássico.


Para mim no início de carreira, Simonal era um cantor extraordinário, à medida que foi incorporando sua personalidade “malandra” aos arranjos (pilantragem), tornou-se o monstro capaz de fazer o Maracanãzinho todo cantar sob sua regência, vender milhões de discos e ganhar muito dinheiro.


Tempo, graças a Deus, de se jogar o entulho fora e curtir a música única de Wilson Simonal.


Citando, mais uma vez, Jesus: “Aquele que nunca errou que atire a primeira pedra”...



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

NOS TEMPOS DO RÁDIO...


Não ouço rádio. Não dá pé. É uma pena.


A programação de cabo a rabo, de norte a sul é a mesma. Ou seja, o mesmo jabá que vale em São Paulo, vale no Sul, no Norte...


Jabá não existe. O que existe são “investimentos publicitários”. Eufemismo e hipocrisia para se comprar sucessos, fabricar artistas, produzir modismos, unificar o (mau) gosto coletivo e condenar centenas de artistas ao ostracismo.


Resumo: Coloque um dinheiro no esquema das rádios e tenha um sucesso.


Não tenho mais saúde para essa lixeira toda. Faço o que gosto, porque gosto e não recebo por isso nem quando deveria receber...são contingências da vida...afinal, muitos adoram música mas pensam que o músico vive de brisa e que nasceu com eterna vontade de fazer caridade.


Continuo escrevendo canções que poucos tem oportunidade de conhecer, mas os que se interessam sabem que tem muito mais de onde veio e me pedem para não deixar de tocá-las; continuo tocando minha guitarra, outrora muda de desânimo, agora com grande dose de felicidade, com notas diretas do coração e acordes direto do cérebro.


O Melodia Universal é um espaço para se falar de música, porém agora, a Melodia Universal poderá ser ouvida, compartilhada e transformada em uma nova experiência graças às liberdades da Internet e ao convite da Thélos para que eu materializasse meu grande desejo de fazer rádio à antiga, meio aos moldes dos programas AM e com algum conteúdo que eu deseje compartilhar.


Pelo menos aqui não precisa de jabá, basta estar no coração e ter algo a dizer.


Em breve estaremos na rede !!!


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

ROCK ´N´ ROLL

Não ganho nada para falar de música. Raramente ganhei LP, K7, CD ou DVD de gravadora e, há muito tempo, nem é a música que me sustenta, se é que um dia isso aconteceu.



Detesto produto pirata; pela qualidade repugnante e pelo que está por trás da “indústria” mas sou fã do download. Muito do que “baixo” compro e quase tudo o que ouço, dos últimos quinze anos para cá, e que é vendido como “novo”, “genial”, “uma puta atitude” ou “o novo fulano de...” me irrita, me entristece e me faz concluir : como é bom ser velho !!!



Com meus 39 anos de idade, estive com minha esposa Regina, e meus queridos amigos Vitor e Fabiana no show do Erasmo Carlos, em São Paulo.



E olha que hoje em dia, devido ao excelente trabalho da gravadora Coqueiro Verde e do filho de Erasmo, Léo, que tem cuidado da sua carreira, o Tremendão está na moda. Qualquer babaca que quer mostrar “atitude” ou “profundidade” tem como cartilha básica citar Erasmo. Óbvio que Erasmo precisa mesmo ser citado sempre e não por um modismo passageiro que logo traz outro gênio relâmpago a ser laureado.



Alegra-me conhecer (e ter) todos os seus CDs, pois reconheço ali tanto material maravilhoso que pode sempre ser garimpado para um trabalho ou outro que eu venha a realizar com meus amigos. Alegra-me acompanhar seus discos novos, especialmente os três últimos: Pra Falar de Amor, Santa Música e Rock ´n´ Roll e constatar que as grandes novidades nem sempre vem acompanhadas de enormes campanhas publicitárias, discursos modernosos arrojados e caras de bunda falsificadas e desbotadas de cada temporada.



O show foi um arraso: Aos 68 anos, o Tremendão mostra que se existe um rock brasileiro, ele se deve á força, criatividade, energia e simplicidade do seu trabalho honesto, inspirado e bem-humorado. Muito menos comprometido com o sistema do que o parceiro Roberto, Erasmo é um cara que se permite ser livre, experimentar, colocar três excelentes guitarristas num palco e tirar um puta som. Divertir o público, se divertir e tocar muita música boa.



Seis delas estão no novo CD, Rock ´n´ Roll. No mais, sucessos escolhidos nos seus 50 anos de carreira e uma versão psicodélica-pesada de Quero Que Vá Tudo Pro Inferno, tema que Erasmo, com sua fama de mau não poderia deixar esquecido pelo bom Roberto.



Adoro estes Carlos e tudo o que eles fazem na história da música brasileira. No complemento de suas personalidades, aparentemente tão opostas reside o segredo que envolve centenas de canções que jamais deixarão de ser tocadas ou lembradas...por todos os séculos...amém...



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

LÁ VAI O BRASIL DESCENDO A LADEIRA

Quem é que paga esta conta ???



Escrever tem sido um ato heróico hoje em dia.

Primeiro porque quase tudo o que precisava ser escrito, já o foi. Segundo porque é preciso policiar as palavras, os pensamentos e até piadas. A imbecilidade hipócrita do “politicamente correto” é a patrulha de plantão.

Enquanto isso, nossa sociedade, a cada dia que passa, bate recordes absolutos de falta de ética, respeito ao próximo, hipocrisia e desinteresse coletivo pelo bem estar.

Deixamos de ser pressionados por militares ignorantes que perseguiam até o Odair José para sermos escravizados por aproveitadores do sindicalismo pelego, criminosos organizados em todos os escalões, bandidos profissionais travestidos de agricultores, assassinos que mal sabem segurar enxadas que aviltam e amedrontam colonos e lavradores, patrocinados por ONGs fantasmas e pela própria máquina governamental, senadores imortais, dentre tantos artigos nojentos dessa infinita fábrica de horrores.

Eu detestei a ditadura militar assim como detesto essa república corrupta, incompetente, hipócrita, aproveitadora e vergonhosa que se apossou do Brasil e anseio, quase como uma utopia que, um dia, pessoas honestas, que trabalham para viver e não estejam somente preocupadas em encher o rabo de poder e dinheiro (geralmente roubado daqueles que nem acesso às “benesses” do bolsa-família possuem) recebam a glória de vencerem uma eleição, sem enganar o povo com marqueteiros cafajestes e honrem o compromisso assumido, governando uma nação com Justiça, decência, caráter e ética.

E que todos os ditadores, mensaleiros, assassinos, torturadores, falsos líderes de massa, funcionários fantasmas, profissionais das greves, corruptos, corruptores, traficantes, usuários, ladrões de todas as falanges e escalões, falsos comunistas e incompetentes em geral, possam refletir sobre seu papel nesta desastrada aventura chamada história do povo brasileiro.

Cortando esse assunto repugnante, comunico que este blog voltará a tratar de música e terá sua versão podcast, em breve, com conteúdos atualizados e muita, mas muita música de todas as (boas) fontes do mundo para abastecer a nossa ânsia por alegria e amor !!!

domingo, 12 de julho de 2009

UM GRANDE AMOR NÃO VAI MORRER ASSIM...

Sentado A Beira do Caminho, o maior dueto da música brasileira !


Não precisa ser intelectual para falar de Roberto Carlos.



Você pode gostar ou não, fato este de ínfima relevância, mas Roberto Carlos foi, é e será para sempre o maior artista brasileiro de todos os tempos.



Quando ele comemora os 50 anos de carreira, eu, nos meus 39 de vida, lembro que pelo menos 35 foram ao som da música de Roberto. E também de seu extraordinário parceiro, Erasmo Carlos.



Conheço, coleciono e amo a obra dos dois; dois artistas tão distintos quanto complementares.


Roberto, óbvio, este sim, único na arte brasileira. Erasmo, um genial talento que será descoberto e visitado aos poucos por anos e anos de história musical.



Ninguém fará o que estes caras fizeram, não adianta espernear !



E com a ajuda da linda Wanderlea, celebraram os 50 anos de uma história que jamais será esquecida enquanto um brasileiro lembrar que quase também é mais um detalhe.



Um grande amor não vai morrer assim, diria, jamais !



Os amores não morrem jamais e ver os dois cantando Sentado A Beira do Caminho, com as vozes embargadas , foi um momento de inexplicável emoção na história da música brasileira.



Qualquer coisa a mais que se diga sobre Roberto Carlos jamais terá a estatura de seu legado...


quarta-feira, 1 de julho de 2009

A MAIS MORRIDA MORTE DE TODAS

Não há glamour na auto-destruição.



Mesmo que Michael Jackson tenha inventado o conceito de celebridade, onde a imagem é maior do que o artista, um ser humano não merece tamanha degradação pública e declínio artístico tão grotesco como o que ele protagonizou.



É constrangedor ver suas imagens, ouvi-lo falar e muito triste imaginar o quanto um artista tão talentoso como ele poderia ter rendido se fosse bem assessorado .



Possivelmente Jackson tenha se tornado (não o Tony !) um insano, daqueles tão intratáveis, que sua morte, anunciada dia após dia nos últimos 20 anos, foi apenas o ato final de uma agonia pública.



Histeria descontrolada, gritos ensurdecedores, cirurgias bizarras, notícias incômodas, cifras milionárias...tudo foi maior do que a produção musical de Michael, de Thriller até Invincible.



Para quem gosta de música e odeia "celebridadisse" não poderia haver fato mais pavoroso.

MJ foi engolido pela própria personagem, forjada em anos de infância perdida, esquisitices não tratadas e preferências confusas.



Ao menos ele teve talento de sobra para deixar uma obra musical que não se extinguirá com o tempo, como Elvis, mas sua vida serve de exemplo àqueles que buscam a fama a qualquer custo:



A vida do ser humano é seu bem mais valioso !



A de Michael Jackson não existe mais...o resto é propaganda, conversa mole e assunto de interesse mórbido que irá vender mais milhões de dólares em produtos com sua marca, coisa esta que os parasitas que sempre o cercaram, saberão fazer com maestria.



Nasceu como Michael Jackson, tentou ser a Diana Ross e morreu como Elvis Presley.



Perdemos nós !



You have to show them that you're really not scared
You're playin' with your life, this ain't no truth or dare
They'll kick you, then they beat you,



sábado, 20 de junho de 2009

O MAIS PERTO QUE JÁ ESTIVE DE "DEUS"


Deus é uma experiência individual ! Está muito longe de todas as religiões; aliás, quanto mais observo o que estas fazem em nome Dele, mais sinto que não conhecemos nada sobre Ele.

Já foi falado, pelo filho Dele, que o reino de Deus está dentro de nós. Então, que tolice continuamos fazendo procurando-o em todos os lugares, menos dentro da gente ?

Claro, não é tão simples como parece...ou até, talvez, seja, mas é mais fácil procurá-lo por ai do que aprimorar o que necessita ser melhorado em nós.

Voltando para a Terra, o que pode ser mais importante do que estar com a esposa, o filho e ao lado do Tremendão ?

Muitas coisas talvez, mas neste momento, o "Deus em meu coração" estava calmo, feliz e realizado.

Ao lado de duas, das quatro pessoas que mais amo, pude sorrir e deixar as chatices para depois.

Rock ´n´ Roll, do Erasmo aos 68, um dos melhores discos lançados no Brasil nos últimos 40 anos.

domingo, 17 de maio de 2009

NUVENS- TIM MAIA

Minha predileção e amor pela música de Tim Maia é algo que me acompanha desde a adolescência, desde que uma das minhas avós comprou o disco Tim Maia, de 1980, aquele que tem a versão original de "Eu e Você, Você e Eu (Juntinhos)".

Na época, com 10 anos, não entendi muito bem aquele som que alguns anos depois, por volta dos 13, me faria completamente a cabeça.

Fui a vários shows de Tim e, por sorte minha, ele também. A maioria deles, memoráveis. Lembro-me de um no antigo Palace, em Moema (SP), em 1986. Banda afiadíssima, firme. Tim cantando tudo, muito.

Sua morte me entristeceu muito. No dia da notícia estava em estúdio gravando a faixa Tocaia, do meu CD Meu Bem. Dediquei a musica a ele.

Não tenho luxos. Alguns vícios. A coisa que mais gosto, em termos materiais é música. Colecionava LPs, depois CDs, DVDs. Quando gosto de algum artista de modo especial, quero ter todo o material disponível.

Ter a discografia completa de Tim Maia não é tarefa fácil.

Sua relação com as gravadoras sempre foi turbulenta. Qualquer oportunidade deve ser aproveitada. Desta forma, sempre atento a relançamentos e pesquisando sua vasta obra consegui ter todos, exceto por dois (até então): Nuvens, de 1982 e Dance Bem, de 1990.

Pois é, encontrei o Nuvens. Disco maravilhoso de 1982, absolutamente independente e desconhecido.

Muito poderia ser escrito sobre este disco, mas certamente quem gosta de Tim, já leu a biografia "Vale Tudo", escrita por Nelson Motta. Este livro é extraordinário e conta (quase) tudo sobre o modo Maia de viver.

Vou transcrever uma frase de Tim- está no livro- que tenho como perfeita para definir o que significa o trabalho musical feito de maneira independente:

"É como quando você está com aquele tesãozinho e pensa em chamar uma puta, mas não quer gastar dinheiro. Você não chama a puta, toca uma punhetinha, goza e não paga nada-mas também não come ninguém. A produção independente é mais ou menos isso."

Ele sabia de tudo.

Este disco, Nuvens, não possui (pelo menos por enquanto) master. A versão em CD foi masterizada a partir de um vinil da Vitória Régia Discos e desapareceu logo após a primeira prensagem. Foi o único dos relançamentos que não comprei na época e me arrependi. Só tinha encontrado na net em taxas lamentáveis para a audição.

Eis que andando pelo centrão de SP, atrás de CDs de bregas clássicos, deparei-me com esta versão em uma loja em frente as Grandes Galerias. Sim, é uma cópia do CD, mas feita a partir do CD original, o que garante a melhor qualidade possível de som.

Para quem quiser ter este disco em mp3, deixarei, por tempo limitado, um link extraído do CD em 192 kbps.

O outro, Dance Bem, só saiu em vinil, mas este ainda não encontrei, em boa qualidade, para baixar (e nem o vinil). Não me incomoda tanto não tê-lo, pois não tem a mesma qualidade musical e sonora de Nuvens e a maioria das músicas são versões eletrônicas de clássicos que não foram superados nesta edição. Porém, se alguém se habilitar em me fornecer em 192 kbps, eu agradeço muito.