terça-feira, 1 de abril de 2008

O QUINTAL DA NOSSA CASA...

Filipenses 2:15

“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo...”


Não entendo o por quê de se falar em religiões quando os verdadeiros valores éticos para o ser humano jamais pertenceram a nenhuma denominação espiritual.

A ligação entre o Que deu origem e o que foi “originado” não passa por fórmulas, autoridades nem adjetivos e, muito menos, foi rompida em algum momento. O conceito de “pecado”, equivocado em sua origem, apenas foi útil para estabelecer séculos de culpabilidade e escravidão e o próprio Cristo, cultivado morto e derrotado, raras vezes teve o seu papel, para cada ser humano, devidamente compreendido.

Não há acusações, exceto as do nosso coração ! Se a ação de outros (ou mesmo a nossa) provocar defesa ou “ataque” é chegado o momento de refletir. Como naquela tradicional anedota “francesa” : se todos estão subindo a serra na mesma via e somente você (e aqui posso ser eu também o protagonista) está na via contrária, é possível que sua (ou minha) via esteja errada.

Conviver em grupo, em sociedade ou em comunidade é necessário, principalmente quando partilhamos convicções comuns. É bom exercitarmos o aprendizado em comandar e ser comandado, o respeito às diferenças, o cumprimento de compromissos, colocar em prática na nossa vida as lições teóricas que nos motivam para que não cuspamos regras e sejamos praticantes rasos e mecanizados, o aprimoramento dos nossos dons e habilidades, enfrentarmos com coragem nossas falhas e dificuldades, sermos, de fato, humildes, aprendendo com as outras pessoas, enfim, exercermos o único mandamento deixado pelo Cristo, que é “amar ao próximo como a ti mesmo, como EU vos amei.”

Difícil ? Pode até ser que seja, mas não existirá outro caminho que nos aproxime da Divindade e nem outra chance garantida de resgata da nossa existência.

Mesmo aos ateus, não importa se creiam ou não em Deus. Essa Substância Neutra, o Todo, a Causa Incausada de Tudo continuará se manifestando e cumprindo o seu Plano, quer concordemos, creiamos, apreciemos ou não...

O “coletivo” jamais poderá ser modificado, pois a “massa” tem a sua função construtiva e destrutiva, porém podemos, e devemos, cuidar muito melhor da nossa trajetória individual, cientes de que isso não inclui darmos um “dane-se” para o próximo desde que “eu” esteja bem (- ou não é isso que se pratica em massa nas grandes sociedades ?- ).

As pessoas não são parâmetros, podem, eventualmente, ser setas ou se formos muito covardes serem desculpas ótimas para nos escondermos nas nossas fraquezas e limitações.

Resumidamente: a busca pelo que é realmente bom na vida de cada um de nós começa no quintal de casa...

3 comentários:

Mario Ferrari disse...

Mais perto ainda, meu amigo Aden, mais perto ainda:
começa no quintal de dentro, no quintal da alma.
Segundo todas as velhas religiões e a bendita psicologia, alma é diferente de espírito; alma é a busca humana, o querer, o fazer, a experiência humana (donde "alma penada" já é pleonasmo vicioso, a alma já pena por ser alma, por viver a experiência da vida, por "ser" a experiência da vida)a alma é o sentir; agora o espírito é o ideal humano (ou divino) sempre sagrado(seja para os crentes como para os ateus); é o retorno à unidade, a razão que está indo falar com Deus (seja ele Deus de quem crê ou aquele que é meu centro, minha compreensão de mundo, de universo, minha consciência de mim e de todos, meu corpo e meu mundo); o espírito é o pensar. Alma é poesia e espírito é filosofia. Alma é coração e espírito é mente.
Precisamos fazer o casamento da alma e do espírito em nosso quintal de dentro e então em nosso pequeno mundo e seguir para todo o mundo...
Para isso o espírito desse e a alma sobe e no meio do caminho do "céu" e da "Terra" os dois se unem trazendo um a justiça e o amor e a outra a vontade e a essência.
Isso dá na ética e na arte. Pois é... um bom começo, não seria?

Aquele enorme abraço.
Ah! o café será muito breve. eu juro!
Mario

Anônimo disse...

Muito bem colocadas as suas palavras , amado Aden, para mim foi um complemento daquilo que tivemos o previlegio de ouvir, foi muito pertinente vc compartilhar isso com a gente, pois me deu um grade alivio.

Bjs
Fabi

Luiz disse...

Querido Aden,
eu vejo neste tema a expressão da verdadeira consciência Crística, Divina, Vertical, não importa o nome...
Toda vivência que se diga "real" deste mundo "qualitativo", "espiritual", deve mostrar-se pelo que dela transborda. Uma vivência espiritual que não transborde no amor fraterno é inócua, ou, no máximo, subjetiva.
O que podemos compreender por amor só se mostra na capacidade de ir ao outro, de doar-se, de sair de si mesmo, de olhar para fora e encontrar lá fora o olhar e o rosto do outro, e aí se derramar.
Como você disse: é fácil? Óbvio que não. E concordo 100% com você: se existe um caminho que vale a pena ser vivido é esse, pois entre mim e o outro está o amor Crístico, e através do outro chega-se à entrada da Perfeição-Eternidade.

Um fraterno abraço,
Luiz