quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

OS PARALAMAS DO SUCESSO VIERAM TOCAR NA CAPITAL

Parece que tinha sido ontem.


Há quase 20 anos não assistia Os Paralamas do Sucesso tocando ao vivo. Ainda não tinha visto após o acidente de Herbert Vianna, embora sempre tenha acompanhado, comprado todos os discos e vídeos.


A minha história como músico e pessoa sempre esteve muito ligada à banda. Quando os Paralamas estouraram fazia pouco mais de um ano que eu havia aprendido a tocar violão. De imediato me interessei pela música e pelas influências sonoras que eles traziam.


Até então, desde 1975, mais ou menos, me lembro de ter ouvido com atenção, no rádio, Roberto Carlos cantando Quero Que Vá Tudo Pro Inferno- a segunda gravação, de 1975- fiquei viciado em música e era grande fã de música brasileira.


Somente depois de conhecer meu amigo Guga, em 1979, que já tocava violão, fiquei estimulado em aprender um instrumento. Ouvindo coisas novas juntos, caímos no rock.


Era a chegada, no Brasil, desta geração de músicos jovens com outras direções musicais, idéias e sonoridades.


Vital e Sua Moto era diferente de tudo o que já havia sido feito por aqui. O reggae era quase uma esquisitice rara. Bandas de rock brasileiras sempre existiram, sem jamais ser a corrente principal do mercado, sem ter uma estrutura de shows e divulgação fortes. Exceção para a Jovem Guarda que era mais um movimento pioneiro nessa história toda.


O que veio depois de Vital é história, muito bem contada, aliás, no livro de Jamari França- Os Paralamas do Sucesso, Vamo Batê Lata, de 2003 -.


Pelas páginas do livro vou traçando paralelos da minha vida. Em certo show, em 1986, em Santo André, onde morei até os 37 anos, num certo programa de TV de 1989, no lançamento de Bora-Bora, de 1988, que procurei todas as cédulas e moedas de casa para descer até o “Mappin ABC” buscar o disco, enfim...cresci, amadureci (teoricamente), sorri, chorei, acompanhei sozinho em casa vários discos, especialmente Passo do Lui e Selvagem. Tempos depois, com meus amigos Marcello, dono da Bass Center e Ale, tive um “Paralamas Cover” que não chegou a ir para frente, mas era divertido.


Este show, de 2009 me pegou de surpresa. Gostei do último disco, Brasil Afora. Várias músicas do CD foram apresentadas. Geralmente gosto mais de acompanhar as músicas mais recentes do que assistir a um show somente de mega-sucessos.


Eles dosaram bem, o show foi finíssimo, com cenário de ótimo gosto, ótima luz e os Paralamas sempre tocando no limite, alto, forte. O 220 desencapado de outros tempos agora é intensidade concentrada.


Herbert no centro do palco, sobrevivente raçudo de um drama pessoal terrível. Parece que em alguns momentos canta melhor, mais focado e as notas da guitarra estão ainda ali, soltas, alegres, pungentes. Acordes paralâmicos.


João é o fora de série. Vê-lo ao vivo é ainda melhor que ouvi-lo em disco, pois ali o som flui muito mais. Seu breve solo de tons e octabans em O Beco, arrancou aplausos comovidos.


Bi é um bicho, um animal baixista, com digitações e levadas insanas de quem há muito se relaciona com o instrumento e o estilo.


Ao vivo é diversão, música, som e história. Espero que gravem o show desta turnê e lancem em DVD, pois estão, a caminho dos 30 anos de banda, em excelente forma !!

Um comentário:

Luiz disse...

Aden, você sempre mantém a música com ar de frescor e vida. Obrigado pelo post!!